O diretor Stephen Cone é um cineasta que conheci durante a pandemia através da Mubi, quando o streaming colocou três filmes dele no catálogo: The Wise Kids (2011), Henry Gamble’s Birthday Party (2015) e Princess Cyd (2017). Os três são coming of age, histórias sobre crescimento, mudanças, em um período específico da vida, a adolescência. Todas as histórias envolvem discussões sobre queerness e relações queer. Todos os protagonistas dos filmes estão vivendo questões importantes, mudanças, descobertas, e em todos os casos a sexualidade é um dos elementos importantes na vida desses protagonistas.
Leituras para...
domingo, 31 de dezembro de 2023
Princess Cyd (Stephen Cone, 2017)
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Sobre um western queer
Há
algum tempo tenho uma relação ambígua com o cineasta espanhol Pedro Almodóvar. O
filme que me fez repensar a relação com as suas obras foi “Amantes Passageiros”
(Los Amantes Pasajeros, 2013). Não gostei do filme, do tipo de humor,
especificamente de alguns momentos construídos como cômicos e que entendo como
ofensivos. É claro que podemos assistir algum filme de um cineasta favorito,
não gostar, e continuar admirando-o. No meu caso, nem se trata de não admirar,
o seu potencial como contador de histórias e criador de mundos é inquestionável,
mas me refiro mais ao sentido de que determinado cineasta não fala mais tão
diretamente a pessoa que você é no momento. Acredito que isso faz parte do
desenvolvimento processual de quem se é. Alguns diretores e diretoras continuam
com você por toda a vida, outros serão marcantes apenas em alguns momentos
específicos, mesmo que você continue apreciando seu trabalho ao longo da vida.
Muitos
dos filmes de Almodóvar que marcaram minha adolescência e o início da vida
adulta eu não reassisti, e algum dia pretendo fazê-lo. Dos seus últimos filmes,
“Dor e Glória” (Dolor y Gloria, 2019) é um dos meus preferidos. Tudo
isso para dizer que assisti sua última produção, o curta Strange Way of Life
e não gostei.
Fiquei
pensando se era uma questão do estilo não me agradar ou por algumas coisas
realmente não funcionaram para mim. Nesse sentido, inicialmente gostaria de
descartar a questão do estilo. Almodóvar sabe filmar e transmitir emoções
através das imagens, sempre gostei do modo como utiliza as cores, cria seus personagens,
e tudo isso continua me encantando. Na verdade, o que realmente me incomodou no
filme foi o roteiro e as atuações.
O
curta Strange Way of Life é um western que retrata o reencontro
de dois ex amantes após vinte e cinco anos separados, o pistoleiro Silva (Pedro
Pascal) e o xerife e ex pistoleiro Jake (Ethan Hawke). O filme estreou no
Festival de Cannes desse ano e concorreu a melhor curta no prêmio Queer Palm.
Foi produzido pela Saint Laurent Productions e foi o segundo filme realizado
originalmente em inglês pelo cineasta. Pouco nos é contado sobre os personagens,
Silva e Jake no momento em que se conheceram viviam uma vida de foras-da-lei e
anos depois Jake mudou sua vida e se tornou xerife. O personagem interpretado
por Hawke apresenta aquela mudança como definidora de quem ele é e nada poderá
comprometer aquela decisão, nem mesmo seu possível amor por Silva. No decorrer
da história, essa firmeza em suas decisões é testada.
O
filme começa ao som de “Estranha Forma de Vida”, na voz de Caetano Velloso,
alguém que não é estranho às trilhas de Almodóvar. A imagem abre em um típico
plano aberto de western em uma paisagem desértica, com o personagem de
Pascal galopando até a cidade onde encontrará Jake. Quando chega à cidade, o
ator espanhol Manu Ríos (que faz lip sync da música) está com um violão
e cantando, recebendo o personagem na cidade. A música, além estabelecer uma
atmosfera para o futuro encontro, já anuncia de uma certa forma ao que aqueles
dois personagens estão fadados. Talvez seja uma das minhas cenas preferidas do
curta.
Nas
primeiras cenas em que Jake aparece, ficamos sabendo da morte de alguém e que
existe um suspeito na cidade, um suspeito que na metade do curta é nomeado como
o filho de Silva. No momento em que Jake e Silva se reencontram, o filme
desenrola para nos mostrar que o amor/desejo que foi deixado de lado por anos
ainda está presente, e que aparentemente Jake reprimiu essas memórias. O curta
não me convenceu da relação, por talvez pela falta de química entre os atores. A
dinâmica das cenas entre os dois, o modo como são enquadrados, me transmitiu
uma certa artificialidade que não condiz com os sentimentos demostrados através
dos diálogos. Se fosse destacar um elemento positivo, seria a construção do cenário,
especialmente a casa do Jake (e posteriormente a casa do filho de Silva) e,
nesse sentido, vale prestar atenção nos quadros pendurados nas paredes.
Quando
Jake suspeita do real motivo do retorno de Silva, o de defender seu filho, eles
se separam e cada um vai à procura do suspeito de matar a esposa do irmão do
xerife. Nessa cena, acontece um flashback, de provavelmente vinte e cinco anos
atrás, quando os dois ainda eram pistoleiros. Se você for na página do filme no
IMDB encontrará a indicações de vários westerns a que Almodóvar teria feito referência
e teria se inspirado, porém, a cena do flashback me fez pensar diretamente em
uma famosa cena de “Rio Vermelho” (Red River, 1948), de Howard Hawks.
No documentário The Celluloid Closet, baseado no estudo clássico de Vito Russo, sobre as representações queer no cinema estadunidense, da primeira metade do século XX, uma das cenas destacadas é a do filme de Hawks, entre os personagens interpretados por Montgomery Clift e John Ireland. Na cena, os dois personagens comparam suas armas, um pegando na arma do outro e depois atirando em uma lata de metal. Essa é a descrição literal da cena, e em 1948 nada poderia acontecer além disso, mas as leituras de subtexto são possíveis. Quando assisti o curta de Almodóvar, a cena do flashback me pareceu essa cena e o que ela poderia ter sido se não fosse de um filme de 1948, sob a censura do Código Hays
Além
das atuações, o roteiro também foi um destaque negativo para mim.
Primeiramente, eu não gostei de vários diálogos, principalmente da primeira
cena entre os dois personagens, no início do curta. Mas o que realmente me
incomodou foi o excesso de conflitos entre os personagens e o pouco tempo para
desenvolvê-los. Admito que em Madres Paralelas, seu filme de 2021,
também senti o mesmo tipo de incomodo e, nesse caso, estamos falando de um
longa. O que me faz pensar que, no momento que resolver rever a filmografia de Almodóvar,
vou prestar atenção no modo como ele constrói seus roteiros, mas, nesse
momento, só posso falar sobre o que a minha memória permite.
Tudo
que envolveu o filho de Silva no filme me pareceu deslocado com a história do
curta. Somente o reencontro deles, todos os anos de separação, mais anos de sentimentos
reprimidos, me parecia uma história e tanto para ser contada (e todos esses
elementos estão ali). No fim, sabemos pouco sobre tudo isso. Inclusive, a
própria cena do flashback, e quando
ocorre, me pareceu estranha. Com a informação que temos a partir de um diálogo,
o filho de Silva está na cidade de Jake, e por isso, não entendi aquele longo
deslocamento a cavalo, com a necessidade de uma noite no deserto, para
justificar a existência do flashback. Aliás, se você deseja tanto avisar
seu filho que ele será preso, e sabe que está sendo seguido, por que parar e
dormir para dar tempo àquele que te segue?
Eu fiquei querendo saber mais sobre os personagens, mas não por querer um longa-metragem, sim, por que se a história deles tivesse sido o foco, os trinta minutos seriam suficientes. Admito que fiquei decepcionada. Acredito que há muitas histórias que podem ser contadas sobre as vivências queer e marginais nos filmes de western, seja em filmes que se passam no século passado ou no contexto contemporâneo, já que o gênero ainda é utilizado para contar o mesmo tipo de histórias com os mesmos tipos de personagens, embora com algumas mudanças. Creio que as explorações do gênero por Kelly Reichardt em “O Atalho” (Meek’s Cutoff, 2010) e First Cow (2019), Chloe Zao em “Domando o Destino” (The Rider, 2017) e Jane Campeon, em “Ataque dos Cães” (The Power of the Dog, 2021), contribuíram recentemente para ressignificar um espaço narrativo muito dominado por histórias que reafirmam não só um ideal de virilidade heteronormativa, mas também colonial. O gênero se beneficiaria com explorações mais diversificadas, inclusive para trazer e incluir debates que já acontecem em discussões/estudos sobre o passado colonial estadunidense.
terça-feira, 23 de maio de 2023
Sobre algumas adaptações de James Cain para o cinema
No ano passado assisti alguns filmes do
diretor alemão Christian Petzold. Um deles foi Jerichow, de 2008. Este filme é uma adaptação do romance The Postman Always Rings Twice, do autor
estadunidense James Cain. Ele me fez pensar, dentre outras coisas, no contínuo
interesse por esse livro, de 1934. O filme de Petzold faz parte de muitas
adaptações, inclusive europeias. Apesar de algumas mudanças na história, os
personagens envolvidos no triângulo amoroso e os principais temas da obra
permanecem o mesmo. A adaptação de 2008
faz escolhas interessantes para não responder a todas as perguntas, o que também
acontece em outros filmes do diretor. Isso amplia, na minha percepção, a
atmosfera de mistério, contribuindo para que o filme seja instigante, além de
elementos visuais e do próprio elenco, que são excelentes.
Referências:
Mayer,
Geoff. Film Noir and Studio Production Practices In SPICER, Andrew; HANSON,
Helen (edited by). A Companion
to Film Noir. Sussex: Wiley Blackwell, 2013.
NAREMORE,
James. More Than Night: Film Noir in
its contexts. University
of California Press: Berkeley, Los Angeles,
Londres, 2008.
SKLAR,
Robert. City Boys:
Cagney, Bogart, Garfield. New Jersey:
Princeton University Press, 1992
quinta-feira, 13 de abril de 2023
Livro: "The Lady From the Black Lagoon" de Mallory O'Meara
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Directed by John Ford (Peter Bogdanovich, 2006)
Um dos livros que estou lendo atualmente é “O Cinema no Século”, uma coletânea do escritor brasileiro Paulo Emiílio Salles Gomes, lançada pela Companhia das Letras. Alguns destes textos são sobre o diretor estadunidense John Ford. Em um deles, de 1941, que analisa o filme Tobacco Road do mesmo ano, Salles Gomes, na página 95, faz uma consideração que me deixou pensativa sobre a minha própria experiência assistindo os filmes de Ford:
A apresentação de Tobacco Road significou para nós o fortalecimento de uma probabilidade reconfortante – John Ford poderá nos enviar filmes mais ou menos bons, ou mesmo maus, mas de qualquer maneira cremos que será difícil que surja, com a responsabilidade de sua assinatura, um filme vulgar. Isso nos leva imediatamente a uma outra consideração – não é possível assistir uma só vez a um filme de John Ford.
A versão original do documentário é de 1971, no entanto, assisti a versão revisada, lançada em 2006, com entrevistas adicionais de diretores contemporâneos falando sobre o impacto da obra de Ford. Para os interessados em história do cinema é um filme importante, como os que Martin Scorsese fez sobre cinema estadunidense e cinema italiano, e independente da sua opinião sobre a obra de Ford, a influência desse diretor, principalmente, no contexto dos EUA, é inegável.
“Este é o Oeste, senhor. Quando a lenda se torna fato, imprima a lenda”
Referências
- texto "Tobacco Road" de Paulo Emilio Salles Gomes em "O Cinema no Século" (Companhia das Letras, 2015)
Outros links:
*vídeos que achei interessante compartilhar sobre John Ford e alguns temas em discussão (infelizmente alguns são em inglês sem legenda):
1939: Stagecoach - How John Ford saved the Western
O Homem que Matou o Velho Oeste - uma discussão muito interessante sobre o filme "O Homem que Matou o Facínora".
Reel Injun (trailer) - documentário sobre a representação dos povos originários no cinema estadunidense / hollywoodiano. Propõe questões importantes para que possamos assistir filmes como os de John Ford de forma mais crítica.
Directed By John Ford - mini documentário sobre o diretor feito pela TCM com afirmações um tanto romantizadas mas é interessante por contar um pouco sobre Ford e ter falas do próprio diretor sobre seus filmes.
domingo, 5 de fevereiro de 2023
"Dois Monges" (Dos monges, 1934)
- O vídeo mencionado de Martin Scorsese foi lançado no Brasil como um extra no box “Obras Primas do Terror: Horror Mexicano Vol. 2” da distribuidora Versátil Home Video;
- A discussão sobre o uso do flashback como recurso narrativo no cinema estadunidense dos anos 1940 foi debatido no livro Reinventing Hollywood: How 1940s Filmmakers Changed Movie Storytelling (lançado em 2017) de David Bordwell. O autor também relata em sua pesquisa que na década de 1930 era um recurso raramente utilizado e relegado a filmes B;
- o texto “Terror em Terra Quente: fragmentos da América Latina”, escrito por Carlos Alberto Carrilho, para um panorama sobre o
terror na AL em países como México, Argentina e Brasil;
- Sobre Juan Bastillo Oro (episódios de uma série sobre história do cinema mexicano):
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
"Torrente de Paixão" (Niagara, 1953)
O cinema noir é uma paixão pessoal. No contexto de Hollywood das décadas de 1940 e 1950 são, em muitos casos, os filmes que extrapolaram os limites da censura do Código Hays. Eles apresentaram críticas à sociedade em questão e, ao mesmo tempo, encantaram visualmente e tem alguns dos personagens mais instigantes do período. Em sua maioria, os filmes são em preto e branco, mas existem casos de noir em cores, e esses dias finalmente assisti um desses títulos: “Torrente de Paixão” (Niagara, 1953) dirigido por Henry Hathaway, com Joseph Cotten, Marilyn Monroe e Jean Peters no elenco. Nenhum desses nomes é estranho ao noir, o que é só um dos elementos pelos quais esse filme chama a atenção.É possível que quando se pense no noir do período em cores, o primeiro filme que venha à mente seja “Amar Foi Minha Ruína” (Leave Her to Heaven, 1945) dirigido por John Stahl. E existem motivos de sobra para isso. O filme tem no elenco nomes como Cornel Wilde, Vincent Price e a Gene Tierney interpretando uma das mais cruéis femme fatale do cinema. No panteão de vilões e vilãs do cinema noir, Gene Tierney em “Amar Foi Minha Ruína” e Richard Widmark em “Beijo da Morte” (Kiss of Death, 1947) estão lado a lado.
A primeira sequência do filme abre com uma imagem aérea das cataratas. Segundos depois a câmera focaliza a área próxima da queda d'água e vemos um homem caminhando, enquanto aproxima-se da queda d'água, o homem (que é o protagonista) é apresentado na imagem como minúsculo diante da paisagem e essa ideia é reforçada por um pensamento do personagem. A voz dele rompe com o som das cataratas que marcam esses primeiros segundos. Logo ele retorna para o quarto na pousada, onde sua esposa finge dormir. A cena corta para Ray e Polly cruzando a fronteira dos Estados Unidos para o Canadá em direção à pousada. Eles estão indo para lá motivados por uma proposta de emprego para Ray, mas em suas conversas falam sobre aproveitar o lugar e sua beleza natural. Ao chegar no local, a cabana reservada está sendo utilizada por George e Rose, que ainda não saíram da habitação.
No caso de Marilyn Monroe, ela estava em outro momento da carreira. Foi na década de 1950 que se tornou uma das maiores estrelas de Hollywood. Ela fez duas pequenas participações em grandes filmes do ano 1950 como “A Malvada” (All About Eve) e “O Segredo das Joias” (The Asphalt Jungle), e aos poucos foi ganhando protagonismo em vários filmes tornando-se um dos principais nomes do período em Hollywood. Normalmente ela é lembrada por filmes de comédia ou musical, como os que fez com Billy Wilder, “O Pecado Mora ao Lado” (The Seven Year Itch, 1955) e “Quanto Mais Quente Melhor” (Some Like It Hot, 1959), e “Os Homens Preferem as Loiras” (Gentleman Prefer Blondes, 1953), dirigido por Howard Hawks. No entanto, Monroe teve uma incursão por histórias mais sombrias que vale ser ressaltada.
O personagem de Joseph Cotten também é comum ao noir. Veterano de guerra, frustrado com sua vida civil, e casado com uma bela mulher por quem se apaixonou. Lembrei do filme “Tensão” (Tension, 1949), dirigido por John Berry, no qual também apresenta um veterano de guerra casado com uma bela mulher (Audrey Totter) e que tem seus desejos de família tradicional frustrados no momento em que ela nunca aceita se conformar com esse papel. Em muitos filmes noir o desejo pela família tradicional é inatingível.
O filme noir é fascinante pelos personagens e situações complexas, contando histórias muito humanas. São filmes que dialogam perfeitamente com um mundo de expectativas frustradas que foram os anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, personagens em conflito com o desejo por viver o Sonho Americano (nesse período, uma casa, família, emprego e filhos seria considerado um exemplo desse sonho) e a vida mostrando que esse sonho é inalcançável, ou possivelmente uma grande mentira. Sempre importante lembrar que foram duas décadas de inúmeros filmes diferentes, com propostas e diretores variados, e nem todos se aplicam ao que acabei de afirmar.
Referências:
Marilyn Noir: The Dark Roots of Hollywood’s Blonde Bombshell - Jake Hinkson (Noir City,
número 23, 2018)
Uma Viagem Pessoal
Pelo Cinema Americano – Martin Scorsese (edição lançada em 2004 pela
Cosac&Naify, Trad: José Geraldo Couto)
Sobre a história e carreira da Marilyn Monroe
recomendo os episódios 98, 99 e 100 do podcast (em inglês) You Must Remember This.
terça-feira, 27 de dezembro de 2022
Sobre "Uma Página de Loucura" (Teinosuke Kinugasa, 1926)
Nesse sentido, o outro ponto que destaco foi o apresentado na review do canal Dark Corner Reviews, quando chama a atenção para a utilização de formas circulares reiteradas ao longo da história. Está presente na dança de uma das pacientes do hospício, provavelmente uma antiga dançarina, mas também nas imagens de círculos que se repetem ao longo do filme. Para mim, a circularidade está relacionada ao tempo, um tempo que é sempre o mesmo no interior do hospital, e a noção de repetição também é marcada pela trilha sonora. É uma trilha que assombra, acompanhada das imagens de pessoas possivelmente abandonadas naquele lugar - importante dizer que a versão que assisti tem trilha composta pela The Alloy Orchestra, atualmente chamada de The Anvil Orchestra.
No tempo repetitivo do hospício, o filme dá indícios do protagonista estar perdendo a sanidade, em sequências que ele imagina ou lembra de determinadas situações, como um flashback ou um sonho, e a cena retorna a ele no tempo presente. Assim como, em uma das últimas e mais impactantes sequências do filme, na qual ele distribui máscaras do teatro Noh para todos os pacientes e finalmente coloca uma em seu rosto. "Uma Página de Loucura" foi o primeiro filme que assisti do Kinugasa mas sem dúvida não será o último. Em muitas ocasiões quando se discute os períodos de vanguarda do cinema os olhares se voltam para a Europa, o que limita não só a possibilidade de conhecimento de outros filmes, como a maneira que pensamos a tal "História do Cinema".
A Brief History of Benshi (Silent Film Narrators) – Jeffery Dym
A Page of Madness – Michael Atkinson
A Page of Madness – Chris Fujiwara
Alloy Orchestra Changes to The Anvil Orchestra, a Name Coined by Roger Ebert – Chaz Ebert
Restoration of Motion Picture Film – Paul Read e Mark-Paul Meyer
Podcast Japan House SP – Episódio: “Cinema japonês nas premiações: Oscar, Cannes, Veneza e outros festivais”
https://podcast.japanhousesp.com.br/podcast/cinema-japones-nas-premiacoes-oscar-cannes-veneza-e-outros-festivais
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Um dos livros que estou lendo atualmente é “O Cinema no Século”, uma coletânea do escritor brasileiro Paulo Emiílio Salles Gomes, la...
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O cinema noir é uma paixão pessoal. No contexto de Hollywood das décadas de 1940 e 1950 são, em muitos casos, os filmes que extrapol...